VALORES, PRAZER E SOFRIMENTO: PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES DA REGIÃO SUDESTE
Resumo
Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar as percepções de valores, prazer e sofrimento de trabalhadores da região Sudeste brasileira.
Teorias: o presente estudo está fundamentado pelas abordagens de valores organizacionais e pela psicodinâmica do trabalho.
Método: Para alcance do objetivo, utilizou-se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, com técnicas de estatística uni e bivariada para descrever os valores, segundo modelo de Oliveira e Tamayo (2004), e prazer e sofrimento, de acordo com Ferreira e Mendes (2007).
Resultados: Observou-se maior percepção da amostra para os Valores Organizacionais referentes a (em ordem decrescente): Prestígio e Conformidade, Preocupação com a Coletividade, Domínio, Realização e Autonomia. Constatou-se uma média percepção para o valor Tradição e uma fraca para Bem-estar. Em relação ao prazer e sofrimento, notou-se uma forte percepção de prazer e uma moderada percepção de sofrimento na dimensão Esgotamento Profissional. Pela análise bivariada, respondentes com maiores propensões em deixar a organização tiveram medianas mais altas em comparação com o grupo que nunca pensa em deixar a organização, tanto para valores organizacionais quanto para maiores vivências de prazer e menores de sofrimento em trabalhadores.
Contribuições Teóricas: O estudo permitiu analisar as congruências das percepções de prazer, sofrimento e valores em organizações.
Contribuições Gerenciais: Os resultados também mostram a importância das práticas de gestão voltadas à participação do trabalhador para consolidação dos valores da organização. Tais práticas podem impactar as vivências de prazer e são relevantes na manutenção do equilibrio com o sofrimento, consequentemente, reduzindo impactos negativos na saúde do trabalhador.
Palavras-chave: Valores. Prazer. Sofrimento. Intenção em deixar a organização. Análise bivariada.
Texto completo:
PDFReferências
Antunes, R. (2015) Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez (Edição especial de 20 anos.)
Barreto, L. K. S., Leone, N. M. C. P. G., Santiago, J. L. S., & Nóbrega, A. B. N. (2016). Trabalho, prazer e sofrimento na hotelaria. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 10(4), 63-79.
Bispo, A. C. K. A., & Helal, D. H. (2013). A dialética do prazer e sofrimento de acadêmicos: Um estudo com mestrandos em Administração. Revista de Administração FACES Journal, 12(4), 120-136.
Bottini, F. F., Paiva, K. C. M., & Gomes, R. (2021). Resiliência individual, prazer e sofrimento no trabalho e vínculos organizacionais: Reflexões e perspectivas de pesquisas para o setor público. Cadernos EBAPE.BR, 19(1), 45-57.
Braga, L. T., Andrade, T., Estivalete, V. F. B., Oliveira, J. M., & Costa, V. F. (2017). Valores organizacionais: Preditores do bem-estar no trabalho? Gestão & Regionalidade, 33(99), 170-187.
Cançado, V. (1994). O sofrimento e o prazer na profissão motorista. Revista de Administração, 29(4), 56-63.
Castro, P. M., & Cançado, V. (2009). Prazer e sofrimento no trabalho: A vivência de profissionais de recursos humanos. Revista Gestão & Planejamento, 10(1), 19-37.
Ceribeli, H. B., & Gonçalves, D. C. S. (2015). Uma análise da relação entre valores organizacionais, motivação e intenção de abandono da organização. Reuna, 20(4), 51-66.
Dario, V. C., & Lourenço, M. L. (2018). Cultura organizacional e vivências de prazer e sofrimento no trabalho: Um estudo com professores de instituições federais de ensino superior. Revista Organizações em Contexto, 14(27), 345-395.
Dias, D. V., Maestro Filho, A. D., & Moraes, L. (2008). Valores organizacionais e comprometimento: Um estudo em empresas do setor siderúrgico mineiro. Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, Brasil, 32.
Dias, T. T. P., Facas, E. P., Morrone, C. F., & Mendes, A. M. (2011). “Vai atender em 20 minutos?” Estratégias de enfrentamento do sofrimento no trabalho de teleatendentes em uma central de denúncia de abuso sexual. Gestão e Sociedade, 5(12), 195-215.
Estivalete, V. D. F. B., Löbler, M. L., de Andrade, T., & Visentini, M. S. (2011, jul./set.). As implicações de gênero na hierarquia dos valores relativos ao trabalho. Revista Alcance, 18(3), 271-286.
LaFalce, J. L., Garcia, F. C., & DeMuylder, C. F. (2011). Prazer e sofrimento: Um estudo de caso em um centro de pesquisas brasileiro. Gestão & Regionalidade, 27(81), 74-86.
Faria, J. H., & Bruning, C. (2013). O problema dos mais novos: Um estudo de caso sobre o conflito de gerações na linha de produção de uma montadora automotiva da região metropolitana de Curitiba. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 12(3), 353-365.
Fernandes, K. R., & Zanelli, J. C. (2006). O processo de construção e reconstrução das identidades dos indivíduos nas organizações. Revista de Administração Contemporânea, 10(1), 55-72.
Ferreira, M. C.; Mendes, A. M. (2007). Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento – ITRA: Instrumento auxiliar de diagnóstico de indicadores críticos no trabalho. In, A. M. Mendes (Org.), Psicodinâmica do trabalho: Teoria, método e pesquisas (cap. 5, p.111-126). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Hair, J. F. J., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2014). Multivariate Data Analysis (7a ed.). Harlow: Pearson Education Limited.
Hernandes, J. C., & Macêdo, K. B. (2008). Prazer e sofrimento no trabalho numa empresa familiar: O caso de um hotel. Revista Gestão Organizacional, 1(1), 7-19.
Jeremias Junior, J., & Martins, V. A. (2017). Perfis de valores organizacionais: Uma análise das 50 maiores empresas privadas brasileiras. Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, 7(1), 101-117.
Lampkowski, M., da Rocha Acosta, I., Magalhães, M., & da Rocha Acosta, N. (2016). Impacto da geração Y nos processos de gestão de pessoas e na cultura organizacional: Um estudo de caso em empresa de Tecnologia da Informação. Refas-Revista Fatec Zona Sul, 3(1), 1-25.
Lima, D., Kubo, E., & Oliva, E. (2021). Os valores pessoais dos pequenos empreendedores: Evidências do Brasil. Brazilian Business Review, 18(5), 468-489.
Martins, A. A. V., & Honório, L. C. (2014). Prazer e sofrimento - Docente em uma instituição de ensino superior privada em Minas Gerais. Organizações & Sociedade, 21(68), 835-852.
Mendes, A. M. (2007). Psicodinâmica do Trabalho: Teoria, Métodos e Pesquisa. Ed. Casa do Psicólogo. São Paulo. 368.
Mello, A. M. G., & Sant’Anna, A. S. (2016). Valores pessoais e organizacionais em diferentes grupamentos geracionais. Revista Ciências Administrativas, 22(1), 255-282.
Mendes, A. M. B., Vieira, A. P., & Morrone, C. F. (2009). Prazer, sofrimento e saúde mental no trabalho de teleatendimento. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 8(2), 151-158.
Mendes, A. M. B. Psicodinâmica do trabalho: Teoria, métodos e pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.
Mendes, A. M., & Tamayo, Á. (2001). Valores organizacionais e prazer-sofrimento no trabalho. Psico-USF, 6(1), 39-46.
Nascimento, T. G., Castro, B. G. A., Carvalho, G. P., & Demo, G. (2016). Valores organizacionais: Uma análise bibliométrica da produção nacional do período de 2000 a 2013 na área de administração. Revista Organizações em Contexto, 12(24), 37-64.
Oliveira, W. S. M., & Garcia, F. C. (2011). Poder e trabalho: Prazer ou sofrimento? Revista de Administração FACES Journal, 10(4), 131-148.
Oliveira, A. F., & Tamayo, A. (2004). Inventário de perfis de valores organizacionais. Revista de Administração, 39(2), 129-140.
Oliveira, O. M., El-aouar, W. A., Vasconcelos, C. R. M., & Gurgel, F. (2016). Valores Relativos ao Trabalho em Gestores do Poder Legislativo Municipal – Natal, RN. RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 15(2), 705-728.
Paiva, K. C. M., & Dutra, M. R. S. (2017). Valores organizacionais e valores do trabalho: Um estudo com operadores de call center. Cadernos EBAPE.BR, 15(1), 40-62.
Paschoal, T., Torres, C., & Porto, J. B. (2010). Felicidade no trabalho: Relações com suporte organizacional e suporte social. Revista de Administração Contemporânea, 14(6), 1054-1072.
Pires, J. C. S., & Macêdo, K. B. (2005). Os valores individuais e organizacionais em uma organização pública: A percepção dos trabalhadores. Associação Nacional de Pós-graduação em Administração (Org.) Anais Eletrônicos do XXIX Encontro Anual da ANPAD, Brasília, Brasil, 29.
Pinheiro, D. R. C., Barros, T. A. V., & Botelho Junior, S. (2012). Vivências de prazer e sofrimento no setor bancário brasileiro. RAUnP - Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, 5(1), 81-92.
Prata, M. M. F., & Honório, L. C. (2014). Riscos de adoecimento no trabalho: A percepção dos gerentes de um banco privado brasileiro. Revista Gestão Organizacional, 7(1), 31-42.
Schwartz, S. H. (1992). Universals in the content and structure of values: Theoretical advances and empirical tests in 20 countries. In M. Zanna (Org.). Advances in experimental social psychology (Vol. 25, pp.1-65). Orlando, FL: Academic.
Schwartz, S. H. (1994). Are there universal aspects in the structure and contents of human values? Journal of Social Issues, 50(4), 19-45.
Schwartz, S. H. (2012). An overview of the Schwartz Theory of Basic Values. Online Readings in Psychology and Culture, 2(1).
Silva, L. S. D., Porto, J. B., Paschoal, T. (2010). Valores organizacionais e valores humanos como fatores de impacto no bem-estar ocupacional. XXXIV anais do Encontro da EnANPAD. Rio de Janeiro
Silva, A., Gonçalves, M., & Zonatto, V. C. S. (2017). Determinantes de prazer e sofrimento no trabalho hospitalar: Uma análise à luz da Teoria da Psicodinâmica do Trabalho. BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, 14(3), 197-212.
Siqueira, M. M. M. (2011). Medidas do comportamento organizacional: Ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre : Artmed.
Tamayo, A., & Gondim, M. D. G. C. (1996). Escala de valores organizacionais. Revista de Administração, 31(2), 62-72.
Tamayo, A. (1998). Valores organizacionais: Sua relação com satisfação no trabalho, cidadania organizacional e comprometimento afetivo. Revista de Administração, 33(3), 56-63.
Tamayo, A., Mendes, A. M., & Paz, M. das G. T. da. (2000). Inventário de valores organizacionais. Estudos de Psicologia (Natal), 5(2), 289-315.
Tamayo, A. (2000). Prioridades axiológicas e satisfação no trabalho. Revista de Administração, 35(2), 37-47.
Tamayo, A. (2007). Impacto dos valores da organização sobre o estresse ocupacional. RAC-Eletrônica, 1(2), 20-33.
Vergara, C. S. (2016). Projetos e relatórios de pesquisa em Administração (16a ed.) São Paulo: Atlas.
Vilela, E. F., Garcia, F. C., & Vieira, A. (2013). Vivências de prazer-sofrimento no trabalho do professor universitário: Estudo de caso em uma instituição pública. REAd. Revista Eletrônica de Administração, 19(2), 517-540.
Zawadzki, P., Teston, S., Lizote, S., & Oro, I. (2022). Valores organizacionais: Antecedentes de bem-estar no trabalho para sucessores rurais. Revista de Administração Mackenzie, 23(1), 1-27.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2023 Revista Horizontes Interdisciplinares da Gestão
INDEXADORES:
Google Scholar: https://scholar.google.com.br/citations?hl=pt-BR&user=JVvUhPQAAAAJ